Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique,
Portugal, São Thomé e Príncipe e Timor Leste o que esses países tem em comum
além de ambos falarem a língua Portuguesa?
Grupos de rap desses países
participam da programação do Gueto Em Festa que é o primeiro programa de
Hip Hop dedicado aos países de língua portuguesa.
O programa é produzido em
Lisboa-Portugal, e pertence ao Hip Hop. “Somos totalmente independente, produzimos,
editamos, colocamos na grade de programação, a rádio tropical FM apenas
abre o espaço o Gueto em Festa é de todos nós do movimento Hip Hop. Nós apenas
fazemos com que vá ao ar e garantimos a qualidade da programação”, declara DJ
loco um dos idealizadores do programa.
Sendo tão inovador e revolucionário um programa de Hip
Hop dedicado à língua portuguesa, é claro que o maior grupo de rap nacional do
Brasil, Racionais MCS tinha que ter uma relação com esse fato. “O programa foi
lançado em marco de 2010 durante um show dos Racionais Mc´s em Portugal,
o Mano Brown e o Ice Blue nos deram apoio total”, relembra DJ Loco.
Toda a programação é dedicada a
quebrar barreiras, levando e divulgando o rap em várias regiões. Tanto que é
possível encontrar pelas ruas de Lisboa, angolanos cantando músicas do
Realidade Cruel, com sotaque mas cheios de estilo e conhecimento porque eles
pesquisam tudo que sai de novo.
A grade de programação é bem
diversificada e atende aos pedidos dos ouvintes que mandam seus pedidos, por
email, via redes sociais ou por telefone. Rap nacional toca desde Dina Di,
Dexter, Realidade Cruel, Gog, Facção Central, entre outros brasileiros. E os
grupos de rap dos demais países de língua portuguesa também marcam presença na
programação. “Recentemente recebemos uma música de um grupo da Guine Bissau que
fez bastante sucesso.
O português é uma língua muito rica temos qualidade
sonora suficiente para exibir mais uns 500 programas como o Gueto Em Festa
espalhados pelo mundo”, declara DJ Loco entre sorrisos.
O programa também ajuda a divulgar o trabalho de grupos
novos com a última hora dedicada para os que enviam suas músicas por
e-mail. Já que não basta apenas fazer música, quem faz precisar ter onde tocar,
pois sempre vai ter alguém que para ouvir, esse é o trabalho do programa tocar
rap, preservando a língua portuguesa e toda sua cultura.
E o Gueto Em Festa deseja muito
mais e os próximos passos será uma visita aos países africanos para conhecerem
os ritmos das ruas pessoalmente como explica o DJ Loco. “Nosso meta é analisar
todos os países que tem rap na nosso idioma e eu pretendo ano que vem visitar
esses lugares, um país da África sofre muito mais que qualquer
estado mais pobre do Brasil, e mesmo assim os caras conseguem ter
uma qualidade musical muito louca e colocam muito sentimento no som”.
E o rap nacional na opinião do DJ
Loco que há 6 anos mora em Lisboa e frequentemente vem ao Brasil, ele dispara.
“Nós o rap nacional como um todo evoluímos muito não dependemos mais de
ninguém, temos o público que nos ouvem, temos rádios, produtores de música e
vídeo, tudo para que possamos realizar bons trabalhos, os
grupos devem procurar se profissionalizar cada vez mais usufruir de bons
recursos”.
Sobre as divisões que existem no
rap nacional DJ Loco manda um recado. “O rap não é meu nem de ninguém e temos
que respeita- ló independente de onde venha, uns dizem que o rap é um par de
toca discos e um mc cantando, outros que é responsabilidade social pra mim e
isso tudo e mais um milhão de coisas”.
Como diria o poeta
Sérgio Vaz “ Gueto em Festa a verdadeira embaixada do Brasil na Europa”.
Matéria : Paula Farias
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