Por: Paula Farias
Debate “Ditadura, Democracia e Resistência para Quem “?
Na tarde do último sábado (15) aconteceu o segundo debate sobre a temática “Ditadura, Democracia e Resistência para Quem “?, Em uma das belas salas da Universidade de Direito de São Paulo, no largo São Francisco.
A mesa de discussão girou em torno da problemática “1964 – 2001” e foi composta pelos debatedores Deisy Ventura, Janaina Teles e Marlon Weichert , mediador professor Guilherme de Almeida.
O público presente foi em torno de 40 pessoas, um número bom levando em consideração que uma forte chuva caia sobre a cidade desde cedo.
Durante toda à tarde varias questões importantes sobre a triste historia de repressão da Ditadura militar no Brasil foram abordados.
Principalmente a necessidade de se passar a limpo os casos de seqüestros, torturas e assassinados cometidos durante o período, através da comissão da verdade, que alias esta longe do moldes esperados já que o projeto aprovado pela câmara sofreu varias modificações.
E trazendo para os dias atuais os expositores falaram sobre as seqüelas e conseqüências que resta da ditadura em plena sociedade “democrática” em que vivemos ou pensamos que vivemos.
A questão mais importante trata-se da “classe dos torturáveis”, ou seja, as pessoas que sofrem com o autoritarismo e despreparo dos representantes dos órgãos de segurança do Estado.
Chegou - se à conclusão sobre os perfis dos militantes torturados no período da ditadura e a parcela da população que é torturada nos dias atuais pela policia.
No passado eram militantes de partidos políticos, agremiações estudantis, hoje são negros, pardos, moradores das periferias que são vitimas de atrocidades imposta pelo Estado sobre a forma de homens fardados que seguem o mesmo estatuto da época da ditadura, as regras do autoritarismo.
E da mesma forma que a ditadura militar no Brasil desempenhou com bastante eficiência toda a repressão e censura e se manteve no poder durante 21anos.
Nos tempos atuais, os representantes da “lei” e da “segurança” vêm também desempenhando sua função com bastante eficaz, e tratando com violência e preconceito a população das periferias. Basta analisar os números de assassinatos da população negra, os inúmeros casos de violações dos direitos humanos.
As analises são já bem conhecidas por quem vive a militância dentro das comunidades, agora o que precisar ser repensado são as estratégias de enfrentamento.
Debates como este é de extrema importância e aconteceu dentro da maior universidade publica da América Latina (USP) o prédio de direito que mantêm as instalações históricas com quadros de Dom Pedro II que alias esteve presente na sala de debate (pendurado e um quadro) atento ao tudo que acontecia.
Parabéns ao Coletivo Político Quem ? Responsável pelo evento.
E para quem quiser participar dos próximos debates ainda há mais dois agendados:
Debate- 22/10
“Silencio e Interditos da Memória”
Local: Memorial da Resistência
A partir das 14h
Debate-29/10
“Arte como Guerrilha”
Local: Centro Cultural Maria”
A partir das 14h
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