07/06/2011

Hoje acordei mais velha

Hoje eu acordei e não tinha mais 15 anos, o tempo é mesmo algo implacável passa tão rápido e forte como a brisa da noite, ele vem toca seu rosto e vai modificando sua expressão, e sua vida inteira.

Quando tinha apenas 15 anos eu não sabia bem ao certo o que gostaria de ser grande crescer (risos), mas eu sabia que desejava evoluir, oferecer um futuro melhor para a minha mãe e fazer meu irmão me ter como um exemplo vitorioso a ser seguido.

Então em meio ao desejo de progresso e mudança o jornalismo chegou no meu coração e fez morada e decidi quero ser jornalista. Não para trabalhar na televisão alias tenho vergonha das câmeras, mas para trabalhar em uma redação, ir a rua ter contato direto com os fatos.

E foi ai que a luta realmente se iniciava na minha vida, quando deixei de lado a fantasia e me deparei com a vida cruel e real , levei um susto da onde tirar dinheiro para pagar uma faculdade? Mas não deixei isso me abater e desde então a busca por uma bolsa 100% de estudos virou minha meta.

Foram três anos fazendo à prova do Enem, me inscrevendo no prouni disputando com vários estudantes a tão desejada e sonhada bolsa de estudos.

E como que por um milagre dos céus eu consegui, o dia da minha matricula foi um dos dias mais felizes da minha vida. Só me enganei em um ponto aquele não era o fim da luta, mas sim o começo da grande batalha que se iniciaria.

O mundo acadêmico foi abrindo meus horizontes, hoje estou amadurecida e mais convicta ainda dos meus propósitos, já faz três anos que entrei na sala de aula do curso de jornalismo pela primeira vez.

Eu venci o medo, o receio e venho me destacando com boas notas, participação ativa nas aulas. Mas isso não é o suficiente por que o grande desafio eu ainda não venci o cruel mercado de trabalho.

Ter ideais desejo de mudança, melhoria na vida da sociedade, a vontade de exercer um jornalismo transparente com o leitor, não é o que o mercado capitalista deseja do profissional jornalista.

O capital que transforma tudo em mercadoria e só visa o lucro, não quer jornalismo comunitário , não quer agentes da verdade , da noticia sem fins lucrativos.

É contra esse vilão a minha grande luta, eu não tenho inglês fluente, ainda não viajei para fora do país, não estudo na “melhor “ universidade do Brasil, mas eu sou Paula Farias tenho caráter e sonhos .

E é justamente isso que eu não vou deixar morrer jamais. É uma luta muito desigual esse momento atual da pós-modernidade esse sentimento de tédio, de fracasso, onde as relações humanas estão tão superficiais causa angustia e desespero.

A todo o momento me pergunto será que vale a pena? Será que o melhor não seria esquecer tudo isso e viver com tantos entorpecidos na alienação e com falsa sensação de felicidade.

Mas quando eu saio nas ruas e vejo os rostos dos cidadãos comuns tão tristes, com o olhar perdido em meios as dificuldades do dia a dia, quando vejo crianças dormindo no chão sem saberem se vão acordar no dia seguinte, quando leio tantas noticias sobre escândalos, crimes, desigualdade social, racial que continua fazendo padece sobre milhões de brasileiros.

Quando eu volto para casa e olho no rosto da minha mãe e vejo o sorriso do meu irmão eu já consigo mais uma vez me enxergar e perceber que nem se eu quisesse não daria nunca para mudar de lado no meio da guerra.

E o mais impressionante eu não escolhi esse lado eu já nasci dentro dele, e o jornalismo é a arma escolhida pra fazer a transformação. Informação é poder precisamos tomar de assalto todos os espaços que tenham jornalistas, médicos, advogados, psicólogos, assistentes sociais enfim que em todas as camadas da sociedade tenham profissionais vindos da periferia com a mesma sede de justiça , paz e liberdade que eu tenho.

É por tudo isso que eu não vou desistir muito sangue inocente foi derramado para que hoje eu pudesse ate mesmo escrever esse desabafo.

Eu vou honrar meus antepassados e prosseguir na luta, por que cada suor e lagrima não será sendo em vão.

Um comentário:

  1. fala oque né.. felicidades manola... palavras verdadeiras ...
    eu já consigo mais uma vez me enxergar e perceber que nem se eu quisesse não daria nunca para mudar de lado no meio da guerra E o mais impressionante eu não escolhi esse lado eu já nasci dentro dele#fato

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