29/05/2011

Vala de Perus histórias descobertas, responsáveis impunes



Descoberta 1049 assadas de militantes políticos em 1990, a Vala de Perus mobilizou várias comissões em busca da verdade e da identidade dos responsáveis.

Por Angelina Miranda e Paula Farias



O cemitério Dom Bosco conhecido como cemitério de Perus, recebe esse nome devido à localização do bairro que faz divisa com a cidade de Caieiras. O cemitério Dom Bosco poderia ser só mais entre tantos outros na cidade, não tivesse sido na ditadura militar um dos locais escolhidos pelos repressores do regime, para o sepultamento clandestino de militantes políticos na década de 70, a chamada Vala de Perus.
Criado em 1970, pelo então prefeito da época Paulo Maluf com a participação do já falecido Romeu Tuma responsável pelo DOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) de 1967 a 1983, e o diretor da Eletrobrás Miguel Colasuonno. Logo na sua inauguração era um cemitério exclusivo para corpos de indigentes, posteriormente Maluf ordenou a construção de quadras marcadas para “terroristas”.
Recentemente em 2009 o Ministério Público Federal pediu que estes fossem condenados a pagar indenização e que perdessem suas funções públicas ou aposentadorias. Pois são acusados de participar do funcionamento da estrutura que ocultou cadáveres de opositores da ditadura nos cemitérios de Perus e da Vila Formosa.
Ambos os três afirmaram desconhecer os fatos da acusação, e ficou tudo por isso mesmo.
Após vinte anos dos sepultamentos ilegais, em 1990 a prefeita de São Paulo Luiza Erundina liderou a frente de busca pelos restos mortais de desaparecidos, e após o trabalho de peritos do IML e da polícia técnica foram encontradas 1049 ossadas.
O cemitério Dom Bosco guarda parte da história do período ditatorial que durou 21 anos, e mesmo as pessoas que moram no bairro há muito tempo, e/ou os que trabalham no cemitério quisessem apagar da memória tais acontecimentos não poderiam. Pois o chamativo memorial vermelho erguido no cemitério Dom Bosco pelo arquiteto Ricardo Ohtake, sempre estará a lembrá-los com os seguintes dizeres: “Os ditadores tentaram esconder os desaparecidos políticos as vítimas da fome, do estado policial, dos esquadrões da morte e sobre tudo os direitos dos cidadãos pobres da cidade de São Paulo. Fica registrado que os crimes contra a liberdade serão sempre descobertos. Luiza Erundina e Comissão de Familiares de Presos Políticos Desaparecidos.”
Mesmo não esquecendo os acontecimentos, nenhum dos muitos funcionários do cemitério se pronuncia quando o assunto é a Vala de Perus. Um funcionário de aproximadamente 45 anos ao ser perguntado, sobre o que sabia do assunto responde secamente “Fale com o Hélio!”
Heliontero Alves conhecido como Hélio é o diretor do cemitério e o único responsável a dar alguma informação sobre o caso, mas falar com ele também não é tarefa fácil. Ao ser perguntado por ele, seu secretário informa com ironia após olhar o relógio “Ele só poderá atender daqui três horas, e não é garantido que fale alguma coisa.”
Mesmo passado muitos anos do descobrimento da Vala de Perus o assunto é ainda muito censurado. Mas não para algumas comissões formadas por parentes de desaparecidos políticos, e políticos engajados com a causa.


Comissão da Verdade
Antes de ser aprovada causa polêmicas e deixa muitas incertezas no ar.


Ao contrário de países vizinhos como Argentina, Peru e Chile, o Brasil desde o fim do período ditatorial até os dias atuais nunca conseguiu investigar com veemência os crimes cometidos pelos militares. Crimes como os desaparecimentos de civis, torturas, prisões arbitrarias, ocultação de cadáveres, e ações que violaram os direitos humanos de inúmeros cidadãos brasileiros que eram contra o Estado.
Para tentar passar a limpo esse período de repressão no país, o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou em maio de 2010 um projeto de lei que cria a Comissão da Verdade. O propósito da Comissão é de promover a ”reconciliação nacional”, ou seja, investigar e esclarecer os crimes que foram cometidos no período da ditadura , ainda que esses tenha ocorrido no exterior. O projeto está no congresso esperando votação para ser aprovado. Mas mesmo antes de sua aprovação a Comissão da Verdade está causando muitas polêmicas e incomodando aqueles que querem colocar uma pedra em cima do assunto, como as Forças Armadas que já se declarou totalmente contra a esta ação.
Justamente por buscar a verdadeira história do país, a Comissão da Verdade esta passando por verdadeiros boicotes que envolvem a grande mídia, militares e políticos da oposição que não querem que a comissão seja aprovada .
Porém a presidente Dilma Rousseff colocou como meta para este ano que a Comissão seja aprovada. Não foi a toa que nomeou a Ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário encarregada de cuidar dessa aprovação no congresso fazendo parcerias, e promovendo o debate entre os deputados.
Essa é uma das metas do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, que inclui entre outros temas a defesa da descriminalização do aborto, a união civil homossexual, a revisão da Lei da Anistia, e a mudança de regras na reintegração de posse em ocupação de terras e a instituição de critérios de acompanhamento editorial de meios de comunicação.
“Mas o que causa até certo conforto para quem tem o que esconder é justamente o fato da Comissão da Verdade não poder responsabilizar criminalmente nenhum torturador, devido à lei de Anistia que impede essa ação.” Afirmou o Paulo Sergio Pinheiro que é diplomata carioca, e exerce dentro da ONU o cargo de relator especial l para a situação dos direitos humanos de Myanmar. A declaração faz parte de uma entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo em fevereiro desse ano.
O papel da Comissão da Verdade será apenas o de reconstituir efetivamente o que ocorreu. “É preciso saber a verdade sobre os crimes cometidos pelos agentes do Estado, o que aconteceu com os dissidentes estamos cansados de saber”. Conclui o diplomata.
A lei de Anistia dá subsídio aos torturadores da época da ditadura, caso não seja modificada mesmo que a Comissão da Verdade seja instaurada não punirá com prisões os culpados. Deixará exposta uma lista com os nomes envolvidos, mas não poderá obrigar-ós ao comparecimento em audiências.
Enquanto isso o Brasil continuará sendo um país que se mostra cada vez mais incapaz de passar sua própria historia a limpo.

02/05/2011

Emancipação feminina uma luta constante

Desde a criação da humanidade independentemente de crenças religiosas o sexo feminino sempre foi visto como um ser inferior ao masculino e tratada dessa forma.

A evolução das mulheres foi acontecendo gradativamente junto com a evolução das sociedades.

Os direitos femininos não foram dados gratuitamente pelo contrario foram conquistados na base de luta e diante da impossibilidade de permanecer tal forma de subjugação devido ao avanço das tecnologias e da evolução das sociedades.

Em um passado não muito distante as tarefas de lavar, passar, cozinhar, cuidar do lar era somente das mulheres, hoje em pleno século XXI, novos trabalhos forma incorporados a rotina feminina, criar os filhos sozinha, trabalhar nos mais variados empregos fora de casa, ser chefe de família , pagar as contas.

Quantas mulheres hoje estão nessa situação em todo o mundo na busca diária pela independência e liberdade e em contrapartida quantas estão ainda vivendo como seres dependentes e subjugados.

Parece difícil de acreditar que ainda existam mulheres que se sentem inferior aos homens pior a homens que são na verdade seus maridos. Por que esses maridos usam a força física e psicológica para agredir, e escravizar as esposas dentro do pensamento de que elas não são capazes.

Em um mundo onde há inúmeras mulheres em cargos de chefia nos governos, empresas, instituições de poder, ainda há mulheres que nem sequer se sentem no direito de saber ler ou escrever ou ter uma profissão.

A violência é assustadora são mulheres agredidas, humilhadas, violentadas e mortas todos os dias no Brasil no mundo. É

nesse contexto de luta diária que se segue que é preciso sim iniciativas publicas para que a emancipação feminina aconteça para todas e não para apenas um pequeno grupo de mulheres.

Pelo contrário que esse grupo de mulheres sirva de exemplo e superação para as demais que ainda vivem como servas igual as do século passado.


Texto : Paula Farias