Dessa forma,
ficamos com medo e nos escondemos dentro de um buraco. E quando começa a chover
forte, nos abaixamos e espiamos a água cair arrastando tudo que encontra
pela frente, seja objetos ou sentimentos.
E não adianta tampar os ouvidos, porque o
barulho da tempestade é mais alto, que o seu soluçar, mesmo fechando os olhos o
vento vai bate forte no seu rosto e bagunçar o seu cabelo. Mesmo dentro do buraco
que você cavou para se esconder, o mundo continuará caindo lá fora.
Lembrar-se de como é
gostoso o sol quentinho, não fará as nuvens carregadas irem embora.
E, não tem jeito, chega
uma hora que você precisará enfrentar a tempestade, se molhar, deixando que cada gota toque sua
pele, se equilibrar e enfrentar a correnteza para não cair. Toda a sua roupa ficará molhada, mas será essa mesma água que vai lavar a sua alma.
Quando as lágrimas e a
chuva se misturarem, você vai querer morrer, vai querer nunca ter conhecido,
nunca ter amado, nunca ter esperado, nunca ter confiado. Neste momento você vai
lembrar-se dos dias, das semanas, dos meses e dos anos. E quando você estiver
quase sendo arrastada pela tristeza, a tempestade vai passar de forma repentina, os primeiros raios de sol começarão a aparecer, sua roupa vai começa a secar e
suas feridas também.
Será quando você irá escutar
o assobio bem alto de um passarinho, voando livre e contente, se dando conta que finalmente conseguiu enfrentar a tempestade, e que agora já pode
esperar por belos dias de sol.
Isso não significa que
nunca mais irá chover no seu coração,
mas significa que agora você saberá que depois da tempestade sempre vem a abonança,
então se sentirá mais seguro para seguir em frente, assim como eu.